quinta-feira, 18 de julho de 2013

Atlético-MG bobeia no Paraguai e vai precisar de uma façanha para ganhar Libertadores

O Atlético-MG perdeu mais uma fora de casa na Libertadores e agora vai ter que correr atrás, semana que vem, no Mineirão, para conseguir reverter os 2 a 0 sofridos nesta quarta-feira ante o Olimpia, em Assunção. 

Um feito quase inédito. Somente o Atlético Nacional, de Medellín, em 1989, justamente ante o clube paraguaio, conseguiu tal façanha. Após perder por 2 a 0 fora, venceu pelo mesmo resultado em casa e bateu o rival nos pênaltis.

Quanto ao jogo, apesar do domínio geral e das melhores oportunidades dos atleticanos, os paraguaios saíram na frente aos 22', em uma jogada individual de Alejandro Silva, que passou por três rivais antes de tocar no canto esquerdo de Victor.

No segundo tempo, a torcida continuou jogando junto do time da casa, que permaneceu pressionando os visitantes, que, a cada momento, se viam mais acuados. Perto do fim, Marcos Rocha tomou o terceiro amarelo e ficará fora da finalíssima. Assim como Richarlyson, que conseguiu a proeza de ser expulso após uma falta de ataque próximo à grande área do oponente. Desta forma, o time mineiro não contará com seus dois laterais para o jogo da volta.

Para piorar, um gol tomado aos 48', de falta, em um erro crasso de comunicação entre o goleiro Victor e o atacante Alecsandro, que, no meio do chute de Pittoni, foi cobrir a trave direita e acabou atrapalhando o seu goleiro, que não conseguiu ir na bola. Esse erro tolo, praticamente entregando um gol ao adversário numa final, pode ter decretado o campeão.

Sem o Independência, mas com mais que o dobro de pessoas para empurrar a equipe, o Atlético vai ter que mostrar força também no Mineirão para mudar o destino iniciado no primeiro jogo. A equipe de Minas tem chance de devolver o placar e levar a decisão para a prorrogação. Mas vai ser (mais um) sofrimento. Desnecessário, mas que o acaso acabou levando para tal situação.


Recopa

Deu a lógica no Pacaembu. Mais arrumado e organizado em campo (embora não estar jogando essa bola toda), o Corinthians foi superior e conquistou o troféu sem sofrimento. 

Desorganizado, cansado, preguiçoso, brigado e em crise, o São Paulo viu a freguesia para o rival aumentar e diminuir a chance de taças em 2013. Paulo Autuori vai ter muito trabalho para motivar os jogadores e, mais que isso, arrumar a bagunça tática em que o time se encontra atualmente, em especial a zaga, frágil, fraca e desprotegida por volantes que não guardam a posição. 

E o São Paulo ainda vai jogar com o Bayern de Munique no final do mês. Que azar essa excursão agora, hein?


quarta-feira, 17 de julho de 2013

São Paulo e Corinthians já se enfrentaram em uma semifinal de um torneio da Conmebol

Vamos a um "esquenta" da final da Recopa, que acontece hoje, mesmo com a primeira final da Libertadores - a Conmebol é genial, não?

O jogo desta quarta-feira entre São Paulo e Corinthians, pela Recopa Sul-Americana, marca o segundo duelo internacional entre os dois clubes. A primeira vez que ambos se encontraram em uma competição continental oficial foi a Copa Conmebol, de 1994, conquistada pelo clube tricolor.

E somente um jogador poderá dizer que participou destas duas eliminatórias continentais. Rogério Ceni, 40, comandou o então chamado "Expressinho" (enquanto a equipe principal jogava em outros torneios), um time formado com garotos da base, entre eles jogadores como Denílson, Caio e Juninho Paulista, que já penduraram as chuteiras.

São-paulinos e corintianos se encontraram nas semifinais daquela competição e a vaga foi decidida nos pênaltis, após 12 gols em duas partidas.


Comandado pelo técnico Muricy Ramalho (ainda em sua primeira passagem como técnico), o São Paulo venceu o jogo de ida, no Pacaembu, por 4 a 3, no dia 29 de novembro de 1994. Juninho Paulista anotou três tentos e foi o destaque daquela noite. Catê, morto em 2011 em um acidente de carro, completou o marcador. Fizeram para o Corinthians Casagrande (sim, o comentarista), Branco (aquele mesmo, da Copa) e Marques (é, aquele outro).

No duelo da volta, no Morumbi, no dia 9 de dezembro, o time alvinegro ganhou por 3 a 2. Daniel, Tupãzinho e Viola anotaram para os visitantes. Descontaram Caio e Juninho para a equipe da casa.

Nas penalidades, Rogério Ceni, então com 21 anos, defendeu as cobranças do zagueiro Gralak e do lateral Leandro Silva e garantiu a classificação à inédita final --com 5 a 4 no placar-- para a equipe são-paulina, que acabou conquistando o troféu da Copa Conmebol daquele ano, após golear o Peñarol, no Morumbi, por 6 a 1 e perder em Montevidéu por 3 a 0.

A ver mais tarde se o final da Recopa será feliz para o goleiro quarentão ou se desta vez os corintianos rirão por último.

Relembre abaixo a lista de "aqueles", digo, jogadores que atuaram na segunda partida da semifinal da Copa Conmebol de 1994.

SÃO PAULO: Rogério; Pavão, Nélson, Bordon e Ronaldo Luís; Mona, Pereira, Denilson e Juninho; Catê e Caio.
Técnico: Muricy Ramalho

CORINTHIANS: Ronaldo; Leandro, Gralak, Henrique e Daniel; Zé Elias, Wilson Mano (Embu), Casagrande e Branco (Adil); Tupãzinho e Viola.
Técnico: Jair Pereira

Publicado originalmente na Folha de S. Paulo (esta versão contém alterações em relação ao texto original)

Atlético-MG e Olimpia já disputaram final internacional há 21 anos

Atlético-MG e Olimpia se encontram pela segunda vez em uma final de torneio continental. Há 21 anos, as duas equipes se defrontaram na Copa Conmebol, terceira competição em nível de importância criada pela entidade de mesmo nome, em uma época que existia a Libertadores e a Supercopa dos Campeões da Libertadores.

Ainda assim, é um título, e que foi conquistado pelos mineiros. Na primeira fase, o Atlético eliminou o Fluminense. Após perder o primeiro jogo por 2 a 1, no Rio, goleou os cariocas por 5 a 1. Nas quartas, empate com o Junior da Colômbia por 2 a 2, fora de casa, e um 3 a 0 incontestável no Mineirão. Nas semifinais, derrota no Equador para El Nacional por 1 a 0, insuficiente, no entanto, para parar o time brasileiro, que bateu o oponente por 2 a 0 e foi a sua primeira final internacional oficial.

Ao contrário das fases anteriores, o primeiro jogo foi no Mineirão, no dia 16 de setembro de 1992. Em uma noite chuvosa, o Atlético conseguiu uma boa vantagem, ao vencer o Olimpia por 2 a 0, os dois gols marcados pelo atacante Negrini, que havia chegado ao clube há apenas dois meses.

Clique aqui e veja a ficha técnica do 1º jogo da final

O jogo da volta, uma semana depois, foi vencido pelo time paraguaio. Caballero fez o gol da vitória em um chute "espírita", só que aos 45' do segundo tempo, insuficiente para levar o duelo para os pênaltis - seria a terceira disputa seguida do Olimpia, que chegou à final graças aos tiros da marca penal.

Assim, a geração de atleticanos como o meia Ailton (que passou por São Paulo e São Caetano), os volantes Moacir (Corinthians) e Éder Lopes, o mítico lateral Alfinete e o goleiro João Leite marcaram a época e levaram para Belo Horizonte o primeiro título internacional do clube.

Abaixo tem um vídeo da campanha do Atlético, com lances de todos os jogos disputados no Mineirão e das finais. Mas vale a pena ver o segundo gol do time brasileiro na semifinal ante El Nacional. Que gol contra esquisito do tal do Quiñonéz!

Olimpia repete 2002 e encara na decisão rival sem tradição na Libertadores

O Decano paraguaio chega a sua sétima final de Libertadores contra um rival com pouca tradição em competições internacionais, assim como da última vez que o Olimpia disputou (e ganhou) a decisão do torneio continental. O título de 2002, obtido no Pacaembu, nos pênaltis, foi em cima de uma equipe virgem em decisões Libertadores, mas que que era favorita, depois de vencer a primeira partida, em Assunção.

Claro, não dá para comparar a  história do São Caetano com a do  Atlético-MG, mas os paulistas eram favoritos há 11 anos e perderam o título de forma surpreendente, até porque saíram na frente no segundo jogo, levaram a virada e se apequenaram nas penalidades diante do gigante paraguaio.

A campanha do Olimpia nessa Libertadores é surpreendente, levando-se em conta o desempenho da seleção paraguaia nas Eliminatórias (ocupa a lanterna com oito pontos e tem pouquíssimas chances de disputar o Mundial-14) e do Cerro Porteño, seu rival nesta edição da Libertadores (apenas ponto em seis jogos, nenhuma vitória e a demissão do uruguaio Jorge Fossatti na segunda rodada do torneio).

Se olhar o futebol nacional, será perceptível o surgimento de outras forças, como o Nacional, que conquistou duas taças nacionais e principalmente o Libertad, terceira força que surgiu no país. O time tem oito troféus paraguaios desde 2002 - o Cerro Porteño tem quatro, o Guaraní e o Decano um. Coincidência ou não, após o último troféu da Libertadores, o Olimpia esteve ausente da competição (disputou em 2003, 2004 e 2012), abrindo espaço para novos adversários menores, como o Tacuary e o próprio Guaraní.

E mesmo após esta retomada olimpiana, a crise parece rondar o clube, que vive às voltas com problemas financeiros que deixam o clima tenso entre os jogadores e a diretoria. Em janeiro, o presidente renunciou e o Olimpia quase não entrou em campo na primeira fase da competição por conta de salários atrasados e premiações que continuam pendentes. 

Ainda assim, o time terminou a fase de grupos como líder do Grupo 7, com 13 pontos, quatro a mais que o Newell's Old Boys, segundo classificado que acabou eliminado pelo time mineiro na outra semifinal. Universidade de Chile e Deportivo Lara ficaram pelo caminho. Nas oitavas, os paraguaios suaram a camisa para eliminar o Tigre, da Argentina. 

Nas quartas, empataram sem gols com o Fluinense, no Rio, o que abriu caminho para superar o clube brasileiro em casa. Já na semi, uma vitória confortável por 2 a 0, em Assunção, trouxe tranquilidade em Bogotá e, mesmo com a derrota para o Santa Fé pelo placar mínimo, a sétima final estava garantida. Um feito e tanto para o velho Decano.

Finais do Olimpia na Libertadores

Títulos
2002 - São Caetano
1990 - Barcelona (Equador)
1979 - Boca Juniors

Vices
1991 - Colo-Colo
1989 - Nacional (Colômbia)
1960 - Peñarol

Atlético-MG busca inédito tetra brasileiro na Libertadores

O Atlético-MG entra em campo às 21h50 desta quarta-feira diante do Olimpia no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, na busca de um feito inédito para o futebol brasileiro: o tetracampeonato consecutivo da Libertadores por equipes tupiniquins. 

Os últimos três campeões são todos do futebol pentacampeão do mundo: Corinthians (2012), Santos (2011) e Internacional (2010). O Brasil já foi tricampeão seguido no fim dos anos 90. Cruzeiro (1997), Vasco (1998) e Palmeiras (1999) aumentaram a galeria brasileira, interrompida pelo Boca Juniors, que bateu o time alviverde na decisão de 2000.

O futebol argentino detém o recorde atual de quatro conquistas, obtido em duas oportunidades. O Racing abriu a série em 1967, após derrubar o uruguaio Nacional. Nos três anos seguintes, o torneio máximo da América do Sul ficou nas mãos do Estudiantes, sendo as conquistas de 1969 e 1970 obtidas de forma invicta.

A outra vez em que a Argentina foi tetracampeã consecutiva ocorreu graças a uma única equipe. O Independiente - dono de sete troféus da Libertadores - foi tetracampeão consecutivo entre 1972 e 1975, época em que o vencedor de um ano entrava nas semifinais da competição seguinte. 

Argentinos têm mais finais consecutivas

Se o Brasil pode igualar a marca argentina de títulos seguidos, o mesmo está longe de ocorrer em relação a finais consecutivas na Libertadores. O Atlético-MG levou o país à marca de nove decisões em sequência - desde 2005, quando São Paulo e Atlético-PR protagonizaram a primeira final entre dois times de um mesmo país na história do torneio. Porém, a Argentina disputou 17 finais seguidas entre os anos de 1963 e 1979.

A distância é grande também no total de títulos: 22 conquistas argentinas contra 16 brasileiras.

PS: Após um longo período de ausência, retomo este espaço para algumas reflexões e curiosidades sobre o futebol sul-americano. Será mais espaçado,  e também mais variado. Espero que tudo dê certo. Hasta pronto!